quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Quando nem tudo são flores

Quando nem tudo são flores eu me pergunto se estou fazendo a escolha certa, de deixar o meu país. Sim, aquele, aquele mesmo do qual eu tanto reclamava, mas que eu agora dou muito mais valor, por não tê-lo. Não posso deixar o sentimentalismo barato de quem reclama de barriga cheia tomar conta e me fazer esquecer que; eu sentia tédio, solidão e incompreensão lá muitas vezes, assim como sinto aqui. Que eu hoje, depois de descobrir que as coisas não são fáceis aqui para nós, que nascemos em outro cantinho do mundo e temos nosso diploma aceito pelo NOKUT porém apenas 2 anos do que estudamos são reconhecidos, e para ser por exemplo professor aqui temos que ter no mínimo 3 anos, o que resulta em ter que estudar mais 1 ano na universidade, ou provavelmente 2 anos ou mais, pelo que imagino e sendo realista. E que para isso, teremos que passar no teste de proficiência em norueguês e em inglês, e que no total eu imagino que levará 4 anos todo esse processo... Talvez menos, talvez mais, talvez nunca aconteca, quem vai saber? Minha vontade de estudar norueguês e falar perfeitamente é zero, primeiro porquê não gosto do idioma, segundo porquê não é uma língua importante no mundo, terceiro porquê o tempo que vou passar estudando uma coisa que não gosto e tendo que me formar de novo numa profissão que no meu país eu já tenho, penso que poderia fazer um mestrado, aprender francês e italiano, estudar algo que eu goste...
Tenho medo de não querer ficar na Noruega para sempre, por desconhecer o futuro e além disso já conversei com algumas pessoas que estão aqui há anos e adorariam voltar ao Brasil. Esse fenômeno não acontece só aqui, já conheci brasileiras que moram na Alemanha e na Suíca que falam o mesmo, e assim por diante. Conheco também quem diga que ama, mas acho estranho. Não vou mentir, gosto daqui. Gosto sim. Mas amar... Não sei não. Amor é pra vida toda. Por isso tenho receio de dizer essa frase. E aí comecam os "e se..." E se eu voltar ao Brasil e tiver perdido anos preciosos da minha vida? E se eu quiser voltar e não conseguir um bom emprego lá? E se eu voltar e não tiver pago minha aposentadoria lá por anos? E se eu quiser voltar e tiver filhos aqui, como vou fazer? E se o meu marido quiser ir comigo e não arrumar um emprego por lá? E se eu ficar casada com um homem que nunca vai entender minha língua e minha cultura e eu tampouco a dele? E se... E se... E se....
E se eu me perder e ficar aqui, por orgulho, por estar amarrada à convencões, por amar mais o dinheiro do que a alegria? Eu vejo pessoas assim. Talvez seja exagero pensar que isso só acontece aqui, se no Brasil mesmo existem tantas que vivem infelizes para não abrir mão do padrão de vida, não é mesmo? Sei também que a paz e a alegria estão em qualquer lugar onde nós a convidamos e buscamos! Mas o sentimento de nostalgia por vezes é forte de mais, e há momentos em que inevitavelmente refletimos sobre como a vida seria se não tivesse sido assim. Uma vez mais eu penso que esse sentimento não é unicamente dos expatriados. Quem nunca morreu de tristeza imaginando como seria a vida se não tivesse terminado com aquele ex? Quem nunca imaginou que, se estivesse com aquela pessoa ainda, a vida seria mais colorida e menos sofrida? E depois morreu de remorso, arrependimento e nostalgia por ter errado, por ter desgastado, por ter terminado. Não seria normal que de tempos em tempos a reflexão sobre as escolhas que fizemos na vida venham à tona, cheias de dúvidas que muitas vezes não temos resposta ou que às vezes anos depois descobrimos.
 É verdade também que algumas coisas me revoltam por aqui, me sinto tolhida, como se o país estivesse me impedindo de caminhar, de crescer, de florescer profissionalmente, por exemplo. Mas uma vez mais, coloco os pés no chão e me lembro de quantas vezes eu me desiludi no meu próprio país por conta da corrupcão, falta de oportunidade, salários baixos e exploracão. E que aqui, essa terrinha gelada já me honrou muitas vezes, já me surpreendeu e HEY! Estou aguardando as novas surpresas! Que venham sem demora, estou precisando de uma sacudida!

33 comentários:

  1. O norueguês pode não ser uma língua importante no mundo, mas é a língua oficial do país que você mora. Como você se sentiria se um norueguês se mudasse para o Brasil e se recusasse a aprender o português por achar a língua desnecessária e feia? Aproveita tudo o que você está recebendo em troca aí morando num país com uma qualidade de vida tão boa, e mostre um mínimo de respeito aprendendo a língua deles. Ah! E sobre seu futuro...não fique no "e se" cá, "e se" lá, pois a vida vai passar e você não fez nada. Se jogue! Você pode errar algumas vezes, mas você pode acertar também. É melhor se arrepender de ter feito isso ou aquilo do que ter ficado no "e se eu tivesse feito", não acha?

    Espero que você resolva logo o que quer!

    beijos, adoro seu blog.

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    1. Oi Júlia, obrigada pela visita e comentário sincero. Pode ficar tranquila que eu não estou me recusando a aprender essa língua pequena e sem importância no mundo. Kkkkk
      Estou aprendendo sim, de pouquinho em pouquinho, porque ela não é gostosa como um pudim de leite para eu devorar de uma vez só!
      E também tenho procurado aproveitar as coisas boas que a Noruega oferece, talvez alguns posts do meu blog possam te contar algumas dessas experiências positivas, caso vocÊ tenha interesse em lê-las. No mais vou procurar seguir seu conselho e me jogar ainda mais do que me jogo, mas antes vou procurar saber se o fundo é raso, por que eu não quero bater de cabeca no chão! ;)

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  2. Marcelaaaaaaa eu adorei o texto viu, pq estou cheia de minhocas na cabeça tb. Nokut tb me tirou um ano dos meus estudos, isso sim é zuado ehhehehe. Pois eu acho q entendo bem o q esta passando, pois ando super sem energia pois não sei se estou no caminho certo. Todo dia q abro email e vejo mais rejeições "trabalhisticas" eu penso em tudo q eu poderia estar trabalhando no Brasil com a educação q eu tenho e aqui eu ainda não consegui necas e nisso já se vão quase dois anos. Eu gosto muito daqui sabe, mas eu morro de paixão pelo meu pais lindo e cheio de problemas e morro ainda mais de saudades das minhas pessoas. Ehhhh, nostalgia tem sido a minha melhor amiga ahahahhahah.

    Mas como a gente não desiste nunca, vamos em frente ehehheheh

    Boa Sorte ai

    Bjs Dri

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    1. Oi Dri, que bom que você gostou! Menina ficar 2 anos sem trabalhar deve ser pedreira! Eu consegui um emprego na minha área um pouco mais de um ano atrás, mas trabalho poucas horas por semana o que não faz de mim nenhuma milionária kkkk. Mas olha, você já procurou fora da sua área? Eu já fiz alguns bicos de cozinheira, vendedora e babá e posso te garantir que uma das alegrias que a Noruega nos proporciona são os salários bem mais altos do que no Brasil, mesmo os de uma ajudante de cozinha! ;o)

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    2. Então eu trabalho aqui de vez enquando com eventos na kulturskole, pq o namorado trabalha lá as vezes tb. Só que é so de vez enquando mesmo e é de epoca né. Tem vezes q acontece um montão de coisas na cidade e eu trabalho bastante dias e tem epoca q tá tudo morto (como nessas ferias de verão) ai já viu né, nadica. O problema é q agora eu preciso enlouquecidamente achar o trampo na area para poder renovar o visto, já q eu vim pra cá como skilled worker (q eu acho q foi o mesmo q vc né?) ahhhhhhhhhh isso aqui vai virar uma total conversa paralela pq o assunto é tenso ahahahhah
      Super bjs

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  3. Oi me chamo Wilqui e tb moro aqui, pelo que li do seu blog(li alguns post, inclusive o do identifique-se por isso comecei dizneod meu nome)voce ja mora aqui ha algum tempo né?
    Eu nao conheco você, mas ao leu seu ultimo post senti uma vontade enorme de te escrever, nem seu nome eu sei nao consegui encontrar seu nome, mas quero lhe dizer algo, nao se sinta um ET das anormalidades, ao te lerem claro vao dizer como fariam caso fossem eles, mas na boa nao sao, cada uma sabe o peso de suas dores e alegrias, a melhor saida acredite é achar o equilibrio entre um e outro claro isso é muiiito dificil pra algumas pessoas o que claro é muito normal tb, eu entendo demais seu sentimentos apesar de nao te-los sabe, pra mim a Noruega foi um recomeco em todos os sentidos, aqui eu descobri a paz tb em todos os sentidos e confesso nunca me sneti assim no Brasil, eu entendo que seu post nao é como vc se sente a vida toda e todos os dias, é mais um desabafo mesmo, o queé muito bom sabe, é bom colocar pra fora os SEEE da vida, a vida vai continuar minha linda e vc nao deve parar, sei que nao vai, as vezes nao temos muito tempo pra escolher e as vezes tb escolhemos errado, ouuuuu nao. Mas é vital tentrmos florescer onde estamos mesmo que isso demore um cadim, pra ser quem vc é, vc tb usou tempo nao usou? Aqui nao vai ser diferente, a gente precisa recomecar mesmo que seja do zero, recomecar é necessario sabe. Eu desejo de verdade que você encontre as respostas e que saia da zona de conforto(que sme duvida nao é a mais facil) e vá a luta, se no futuro nao der certo, ok paciencia vc tentou. O Brasil estará la sempre a sua espera, a Noruega está aqui a sua espera tb, mas a vida A SUA VIDA essa nao vai lhe esperar meu amor, acredite, nao vai. Eu tenho receio de que vc me interprete mal e ache que eu estou maqueando sua realidade, mas nao é nao viu? Só quero lhe dar um abraco e trazer pra sua mente que vc é forte e que pode sim, se olhar e se achar no meio desse turbilhao de duvidas, basta vc se ouvir e depois que se ouvir correr atrás do que vc realmente quer pra sua vida, seja aqui ou no Brasil. um grande abraco.

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    1. Querida Wilqui, fiquei feliz com o seu comentário. Saiba que eu me senti abracada, de verdade! É muito bom quando alguém demonstra compreensão enquanto passamos por um momento difícil, eu sei também que muitos dos que não compreendem não fazem por mal, é porque nunca passaram por isso.
      Tenho conversado com algumas pessoas que moram aqui há mais tempo que eu, e já ouvi que elas também passaram por isso. Agora tenho consciência de que não vai ser fácil ter minha profissão aqui, embora eu já trabalhe na minha área e esteja feliz com meu trabalho não tenho horas o suficiente e por isso estou correndo atrás de ter minha profissão reconhecida aqui, para abrir o leque, né?
      Acho que RECOMECO, uma palavra que você usou muito é a palavra chave quando a gente se muda para um novo lugar. É realmente como mudar de casa: muito trabalhoso, dá dor no corpo de tanto carregar caixas pra lá e pra cá, precisamos de amigos para nos ajudar senão fica muito difícil fazê-la sozinha, e a cada coisa que botamos no lugar na casa nova sentimos uma alegria e sentimento de missão cumprida de ver as coisas aos poucos indo para o seu lugar certo. Infelizmente na mudanca algumas coisas se quebram ou se danificam, se não forem manuseadas com todo o cuidado. E na nova casa tem muitas novidades para se descobrir, mas um dia tudo se torna normal assim como na casa antiga. Se decidimos mudar de casa é porque naturalmente estávamos procurando um lugar melhor, e nesse lugar melhor que escolhemos muitas coisas ainda não sabemos, como por exemplo se teremos problemas com os novos vizinhos ou se eles gostarão de nós, se iremos gostar do pão da padaria mais próxima ou se vamos sentir saudades do pão fresquinho de onde morávamos, se o novo apartamento terá algum problema que o antigo dono escondeu de nós para que comprássemos sem saber ou se ele foi honesto com a gente. E com o passar do tempo algumas coisas no novo apartamento vão nos incomodar, por não estar do nosso gosto, porque estávamos acostumados com a nossa antiga moradia. E assim vamos reformando, pintando com cores mais alegres, mudando tudo de lugar, e a cada coisa que mudamos queremos que as outras combinem com ela, e o trabalho nunca termina.
      Mas como você mesmo falou, que aqui você encontrou a paz, isso sim é uma das coisas mais importantes da vida, porque sem a paz nossa saúde mental vai para o espaco, e a saúde física que anda de mãos dadas com ela acaba também sendo prejudicada.
      Acredito que sentir dúvidas é normal e parte da vida, mas como não sabemos a resposta de tudo, o jeito é continuar vivendo e lutando por que como você mesma disse, a vida não espera!

      Muito obrigada pela visita e carinho,

      Um abraco cheio de gratidão,

      Marcela.

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  4. gostei muito do seu post. Eu gosto muito da minha vida aqui no Brasil. Eu sai de um lugar pequenininho e fui para uma cidade maior, Para mim foi ótimo. Acredito que o segredo é vc aproveitar todas as oportunidades que a vida te ofereça!Se ficarmos lamentando pelo que não temos,perdemos a oportunidade de aproveitarmos o que temos.Como disse o Raul seixas, "tente outra vez"

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    1. Oi Acs, fiquei super feliz que você gostou do texto apesar de não morar no exterior. E concordo muito com a sua filosofia de vida. Vou continuar tentando! Bjão

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  5. Marcela dos meus 3 anos de Holanda, 2 e meio eu passei remoendo a minha decisão de estar aqui, atraso de vida, falta da família, espontânedade... enfim foram anos dificies. Ainda sinto uma falta imensa do Brasil, da família, da vida...mas jitsu que esse ano eu ia fazer da certo, nao tinha outra opção, ou meu casamento acabava ou eu fazia a vida dar certo e eis que é o meu ano, o ano que eu chamei a Holanda de casa pela primeira vez. Adorei seu ponto de vista e o texto. beijos

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    1. Oi S.W. obrigada pela visita e comentário sincero... Pelo visto nós brasileiros (as) no exterior temos muito em comum, e muito o que trocar de experiências. Fico feliz que você tenha feito dar certo por aí, eu sei que muitas vezes nós temos a faca e o queijo nas mãos e só falta cortar! Mas às vezes o queijo está meio sem sal! Kkkkkk. Um bjão e volte sempre.

      -Marcela.

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  6. Olá, Marcela!Ando pesquisando bastante sobre a Noruega e os noruegueses, encontrei alguns blogs, por exemplo: Fala Noruega...acho que você o conhece.Parabéns pelo blog! Tenha certeza que é de grande ajuda para quem está iniciando uma vida num país tão diferente do nosso, além de ser uma terapia pra você...acredito eu, já que muitas pessoas dizem que nã há gente colorosa como nós brasileiros na Noruega.Gostaria muito de conversar com você. Você possue facebook ou pode me passar um email?
    Desde jáagradeço!

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    1. Oi, não sei o seu nome ou se tem um blog, você postou como anônimo... Fica difícil eu te deixar meu contato se não sei nem com quem estou falando e sobre o quê é...

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  7. Oi, Marcela! Realmente, não me identifiquei, pq não sei como usar blogs e aqui apareceu algumas opções que não tenho ou sabia usar, então, postei como anônimo. Desculpa! Meu nome é Carina e eu gostaria de tirar muitas dúvidas com vc. Pois é, apesar de ter lido muito no seu blog e em outros, ainda tenho algumas dúvidas e gostaria de contar umahistória e pedir a sua opinião.Mas não queria que fosse público.

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  8. Tá bom Carina, se eu puder ajudar em alguma coisa meu e-mail é guidemebrazil@hotmail.com

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  9. Oi, Marcela! Obrigada pela confiança! Vou alertá-la que vou enviar muuiiitos emails...kkk! Olha, parabéns pelo blog! Eu vi alguns comentários referentes aos seus posts e num outro blog, o qual já mencionei, chamado Fala Noruega e acho que vc e a Carol do Fala Noruega, são muito corajosas, pois apesar de vocês terem a intenção de ajudar, muitas pessoas interpretam o que vocês escrevem de outra maneirae fazem comentários ridículos. Acaba sendo uma super exposição.
    Obrigada e já começo com os emails.
    Abraço!
    Carina

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  10. Oi Marcela, eu te entendo... sinto um bocado dessas coisas às vezes e claro que tem hora que dá vontade de sair correndo, pegar o avião e voltar para casa, como já falamos inúmeras vezes, rsrs! Mas, como já disseram aí nos comentários, o norueguês no nosso caso é necessário pois vivemos na Noruega. Não é a língua dos sonhos que eu gostaria de aprender, eu amo muito mais o inglês e quero aprender o espanhol também, porém entendo que para eu chegar onde quero, tenho que aprender o bendito norsk. E essa é a idéia, me jogar com força e tirar proveito disso.

    Quer fazer isso junto comigo? Eu estpu aberta a estudar o que for necessário... vou levar meu diploma traduzido, aproveitando que estou aqui. Vou te chamar no chat e falamos mais. Bjos e força na peruca. :)

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  11. Dani... Ainda bem que você me entende! Rssrs
    Vamos praticar juntas sim! Bjs bjs

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  12. Lindinha, sei exatamente como voce se sente. E por saber isso, faço questão de conversar um pouquinho aqui também. E esse é o primeiro blog, em muitos anos, em que faço essa questão! Vivi este mesmo teu dilema a quase dez anos atrás. Conheci um alemão insistente e apaixonado. Eu já era divorciada, com duas crianças pequenas. Depois de algum tempo de relacionamento, nos casamos e fomos morar na Alemanha. Deixei o emprego dos meus sonhos, o primeiro depois que terminei a faculdade e fui. Infelizmente, naquela época, não existia essa rede de gente disposta a falar e a mostrar que todos os meus sentimentos de desamparo, de sensação de "não pertencer", de saudade(sentia saudade da voz do Galvão Bueno nos jogos da Copa!!), de melancolia(tipo "Minha terra tem palmeiras onde cantam o sabiá. As aves que aqui gorjeiam, não gorjeiam como lá..."), da agonia por não ver o sol por semanas a fio e tudo o mais que a gente já sabe, não eram exclusivos meus, mas eram parte de um processo de adaptação, e a maioria dos brasileiros sentem. Foi tão difícil que acabei voltando para o Brasil. E o que aconteceu? Aqui também já não era meu lugar...Tudo passou a ser tão estranho... O que posso te dizer é que voce não está 100% aí mas também já não é mais 100% daqui...Estranho né?? Mas é a verdade. Então, não pense no "e se" e viva os desafios e alegrias que a vida te mostra hoje. Cai dentro dessa língua esquisita e vá em frente. Aliás, posso dizer- Vamos em frente! Não é que vou me casar com um norueguês?? Por essa nem eu esperava...rsrsrs. Um beijo grande para voce!

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    1. Nossa Giovania, que legal seu comentário! A vida dá muitas reviravoltas, não é mesmo? Tem muitas coisas que eu gosto aqui na Noruega, mas às vezes bate todas essas dúvidas, é normal, né?
      Estamos juntas no mesmo barco, ou melhor seria dizer navio viking? Rsrsrs.
      Para qual parte da Noruega você vem? Qualquer coisa estou por aqui, em Oslo. Bjs, Marcela.

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    2. Oi Marcela, achei voce! Tinha esquecido o o nome do teu blog mas agora encontriei! Já li e me atualizei de tudo e fiquei feliz pelo teu progresso. Escrevi neste teu post que tinha um namorado norueguês. E não é que continuo com ele?? Fui à Noruega em agosto passado e adorei. Fiquei mais em Oslo e fui a a vários lugares, inclusive alguns que voce dá a dica aqui. Agora não vou mais esquecer teu blog e quem sabe a gente se encontra na próxima! Beijos e continue sempre em frente! Beijos!

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    3. êee que bom que você me achou de volta! Oslo é uma fofura, né? Que bom que você teve essa oportunidade de vir conhecer. Quando vier escreve pra mim sim. Bjos

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  13. muito bom seu texto Marcela!
    Olha, voce sabe... estou esperando meu visto ha um ano e meio. ida parada sem nenhuma projecao, nenhum plano. Tambem preciso de uma sacudida o mais rapido possivel :D
    quanto a voltar ao Brasil, temos que lembrar que nosso lugar no Brasil jà não existe mais. mesmo que voltàssemos terìamos que construir nosso lugar de novo.
    Lembrei de um filme bobinho que não lembro o nome no qual o personagem principal (que havia morrido) tinha um lema : "se não fosse assim, seria de outro jeito"
    e è isso mesmo, não dà pra se remoer, temos que achar que nossas escolhas foram as melhores possìveis senão não hà cristão que aguente a barra.
    Sorte pra gente!
    Beijos,
    Glenda

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    1. Glenda... Muito bem colocado o que você falou. Mandou bem mesmo! Já li e reli algumas vezes. rsrs
      Bjs em você e no pequeno charmoso.

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  14. Olá Marcela, gosto muito das suas postagens, pois vc escreve muitas vezes o q sinto. Tbm sou formada em letras Port./ Inglês, e estou aqui a espera da permissao pra recomecar. É muito bom ver q existem brasileiras q estao aqui n apenas por dinheiro, pela qualidade de vida, e sim por uma razao a mais, a busca diaria da felicidade ao lado de alguem q foi capaz de mudar nossa vida. Penso da mesma forma, como é dificil deixar uma vida pra recomecar outra. abraco

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    1. Obrigada Fernanda! Vê se aparece em Oslo qualquer hora para tomarmos um café e trocarmos uma idéia. Bjs

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  15. Eu vivo lendo blogues de expatriados. Eu tenho duas opiniões sobre isto: como professor, no Brasil, a menos que você conclua o doutorado e passe num concurso para lecionar em uma univ. federal, é melhor mudar de profissão.

    Aqui no Brasil, se você mora em uma cidade média, e ganha, digamos, uns oito mil reais (brutos mesmo servem), é melhor ficar por aqui e passear na Europa uma vez por ano, do que viver longe do seu clima, da sua família, da sua cultura e da sua gastronomia. Eu almoço em um restaurante chinês vegetariano com mais de trinta pratos diários por menos do equivalente a trinta e cinco kronas vikings, rs... (incluindo suco e chá). É bem melhor que surstromming ou hakarl, rs...

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    1. Oi Enaldo, no outro comentário você disse que era professor, eu fiquei curiosa para saber de quê... E já que você é professor, sua opinião é muito válida pois você sabe do que está falando... Eu sou professora de português, inglês e literatura, porém eu me mudei para a Noruega no mesmo ano em que me formei aí. Depois de fazer um estágio numa escola particular no RJ, fiquei HORRORIZADA com o tipo de problema e estresse que os professores têm que lidar no dia a dia... E os salários baixos. Acho que você tem razão, melhor estudar engenharia, né? Rsrs

      No Brasil são poucos os que eu conhecia que ganhavam 8 mil... Venho de uma família classe média no RJ, a maioria dos meus amigos de 20 e poucos ou 20 e muitos ganhavam entre 1.500-2.500 no máximo. Pelo visto meu futuro seria o mesmo, e teria que morar com papai e mamãe por muitos anos. Nunca quis isso, sempre quis ser independente financeiramente. Pelo visto eu escolhi a profissão errada para isso aí no Brasil...

      Mas devo admitir, me mudei para fora do Brasil por mais do que uma razão financeira, pois apesar da classe média no Brasil ser sofrida, tava dando pra fazer tudo o que eu queria, inclusive viajar uma vez por ano pra fora ( ficando em albergue, claro! Rsrs). Eram muitas as coisas que me incomodavam, e tentei achar um lugar melhor. Achei. Aqui é melhor em muitos aspectos. Mas pior em outros... Kkkkkk. Por fim, construí família com um cara que é bem legal comigo, e essa é a maior razão para eu estar aqui hoje, apesar de todas as outras coisas boas que a vida na Europa me proporciona. Olha em relação à gastronomia, aqui dá pra fazer comida brasileira em casa, e às vezes rola uns almoços brasileiros em Oslo. O que aperta mesmo é a saudade. Para essa, ainda não criaram remédio. Obrigada pelo comentário. Abraços! Marcela.

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  16. Oi, Marcela, eu que te agradeço a atenção.

    Eu sou professor de História em escolas públicas municipais a uma década de me aposentar, advogado e mestrando em Literatura brasileira. O quadro é este mesmo, professor ganha, no início de carreira, menos que dois salários mínimos. O piso nacional do magistério (cerca de 1500 reais por absurdas 40 horas) é uma ofensa. Em Juiz de Fora para um professor ganhar 8 mil terá que ser doutor e estar no fim de carreira com dois cargos (36 aulas semanais). É a metade do que ganha um juiz ou promotor substituto que acabou de passar no concurso.

    Sobre o seu relato da Noruega o que me decepciona é saber que a medicina e a odontologia são privadas para o cidadão, é o oposto das fantasias brasileiras sobre o "socialismo" nos países escandinavos.

    Ah, há alguns meses atrás assisti um filme norueguês que faz caricatura de cada um dos onze partidos noruegueses. Você viu?:
    http://panoticum.blogspot.com.br/2012/05/o-panotico-ve-aqui-e-agora-257.html

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    1. Nossa, um professor e estudante de literatura brasileira lendo o meu blog? Agora senti um misto de orgulho e vergonha ao mesmo tempo ( será que estou escrevendo muitas besteiras? Rsrs). Eu amo literatura também, um dia espero me dedicar mais a isso! Na faculdade estudei 2 matérias de literatura brasileira, portuguesa, americana e inglesa. Adorava! Já li um pouco também de clássicos franceses e um ou outro do leste europeu. E agora comecei a ler Ibsen, estou procurando entender um pouco desse planeta em que estou vivendo ( aqui é tão diferente do Brasil que eu digo que não é outro país, é outro planeta!). Fique a vontade para criticar as besteiras que eu escrevo e recomendar obras. Eu vou ficar muito feliz se você fizer isso!

      Sobre o sistema de saúde aqui, você está parcialmente certo. Os hospitais são gratuitos, e a emergência também. Pelo que entendi, se você chegar com a cabeça aberta, o braço amputado ou o osso pra fora, é de graça. Se for dor de ouvido ( eu tive) aí você paga. Cirurgia, parto, internação, é de graça. Então pelo menos no sufoco ninguém fica. Se a pessoa morar em cidade pequena e não tiver hospital na cidade, o valor do táxi é reembolsado. Dentista é de graça até uma certa idade ( não sei se 16 ou 18 anos). De acordo com uma amiga minha da área, os dentes dos noruegueses são ótimos- não em nível de aparência, mas de saúde. Enfim, tem coisas boas e outras ruins, e tem também coisas ótimas :)

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  17. Oi Marcela tudo bem... estou me mudando pra Noruega em Julho, até então para esperar a conclusão da minha faculdade de Letras, mais agora que acabei de ler seu blog fico me perguntando se vale a pena esperar esse tempo para perder um ano de estudos aí??? Já sabia que no início teria que trabalhar com qualquer coisa, porém não ter a certeza de que poderei trabalhar como professora me deixa em dúvida? Concluir ou não concluir a faculdade aqui? Não estou querendo dizer que quero desistir da faculdade não, mais acho que se precisar da minha profissão no Brasil posso usar os estudos da Noruega, né?

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    1. oi Giselle, trabalhar como professora em escola aqui não é fácil, tem muitas exigências para professores aqui. Em curso de idiomas é mais fácil, mas isso para quem é professor de línguas, né? Para você continuar seus estudos aqui você vai ter que passar em um exame de proficiência na língua norueguesa E inglesa, a não ser que você venha para cá TRANSFERIDA da faculdade daí ( essa seria a melhor opção para você, se possível). Boa sorte!

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  18. Todos nós conhecemos esses sentimentos, cedo ou tarde eles sempre voltam, como as estações do ano (com toda esse lance existencialista). E só nós mesmos para lidar com eles, embora algumas pessoas tentam nos confortar elas nunca sabem por onde começar, vice-versa.

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