sábado, 10 de dezembro de 2011

O jardineiro fiel

Eu sou uma pessoa rápida em pensar e infelizmente rápida em falar. Às vezes o tiro sai pela culatra e eu fico mal na fita. Mais o melhor- ou pior- é que na maioria das vezes eu não tive nenhuma má intenção. Meu senso de humor também colabora para isso. Isso porque eu tenho o que eu denomino senso de humor caminhoneiro. Sabe aquelas piadas grosseironas? São essas as que eu mais gosto. Sabe humor negro? Sabe aquela coisa que ninguém tem coragem de dizer? Eu digo. E por aí vai...
Pois bem, dito isto queria comentar sobre um filme que eu gosto muito, chama-se " O jardineiro fiel". Vi há muito tempo atrás e agora vimos de novo, quis mostrar para o meu marido. Simplesmente lindo. Mostra o choque entre duas personalidades muito diferentes, entre outras coisas. O diplomata e sua toda emocional esposa. Ela é autêntica, tem personalidade forte, quer mudar o mundo e se importa com os outros. Ah, esqueci de dizer... Ela também se expõe, confia nas pessoas erradas e às vezes é grossa, e por ser sincera acaba se envolvendo em muitos problemas. Já ele é calmo, educado, incapaz de dizer algo ofensivo para alguém. E também parece ser bastante racional, não questiona as coisas e acaba aceitando tudo que é imposto. Quem sabe aos olhos de uma latina poderia ser até chamado de frio. Mas aí é que está. Sabe aquelas pessoas que te fazem lembrar um personagem de um filme? Foi esse o meu caso. Meu marido me lembra muito esse personagem do diplomata inglês. E qual não foi minha surpresa ao ouvir dele que eu me pareço com ela. Os opostos se atraem, não é mesmo?
Porém o filme tem um final trágico. Os dois se amavam mas por terem personalidades opostas, acabam não se comunicando bem. Ela não conta para ele dos projetos que estava envolvida. Ele também não pergunta. Quando ele desconfia que ela o estava traindo, joga um verde... Não há uma conversa honesta entre os dois sobre coisas mais do que importantes. Esse muitas vezes é o jeitinho norueguês de ser... Parece que as pessoas têm medo de ouvir a verdade, preferem não saber. Parece que preferem não se envolver nos problemas do mundo, deixa rolar... E assim vai, até encontrarem uma alma latina para lhes virar de ponta-cabeça.


Sobre esse filme lindíssimo do nosso diretor Fernando Meirelles, só tenho uma crítica a fazer. Não sei porquê a maioria dos filmes que se passam na África não falam o nome do país. Gente, África é um continente de 54 países independentes. Porque nunca falam o nome do país em que acontece a selvageria mostrada e sim o nome do continente? Dessa maneira as pessoas pensam que em toda parte da África é a mesma realidade, isso dissemina a ignorância!

Falando em filme, vimos também "Água para elefantes", e achei uma delicadeza de filme. Bem leve, bom pra assistir com o marido abraçadinho no sofá. Mas a melhor surpresa cinematográfica que tive esse mês foi o sueco Niels Arden Oplev com " The girl with the Dragon tattoo" ( em sueco: Män som hatar kvinnor ou homens que odeiam mulheres) e baseada na trilogia de Stieg Larsson.Simplesmente amei. O único probleminha é que como sempre não tinha legendas em inglês. Aí toda hora meu marido tinha que pausar e traduzir, mas valheu a pena.

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