quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Is-is-israel!!!

Cara, que lugar maneiro! Que lugar maneiro! Não tô acreditando que é tão maneiro! Foi assim que eu me senti em Israel. Não sabia muito bem o que iria encontrar, porque aqui na Noruega existe um boicote à Israel e antipatia geral contra os israelenses, a ponto de quando eu contei no trabalho, toda feliz, que ia para lá, 2 noruegueses me perguntaram: O que você vai fazer lá?
Mas foi tudo o que eu esperava e muito mais! H-P estava com bastante medo de irmos depois que começaram os problemas na vizinha Síria. Tinha medo de explodir uma guerra a qualquer momento, nada que Israel não esteja acostumado pois estão cercados por países inimigos (deles) e que não tem lá os governos mais estáveis do mundo. Aí começaram as objeções de H-P querendo cancelar a viagem e eu dizendo que ele não poderia cancelar o meu aniversário. (Senão não completaria 26). Depois respondia fazendo graça que se morrêssemos, morreríamos juntinhos, olha que romântico! Ele respondia que não queria morrer não! Kkkkkk.
Sobrevoamos a Ucrânia, o Mar Negro, Turquia (maneiríssimo, vimos as montanhas), o Mar Mediterrâneo e chegamos em Tel Aviv.
Um taxista conhecido do dono do apartamento que alugamos foi nos buscar e gentilmente não devolveu o troco pro meu marido (que também não pediu... Ai, noruegueses!).

Tel Aviv- Pense num lugar estranhamente familiar no meio do Oriente Médio!!! Prédios que me lembram o subúrbio do Rio, mercado que me lembra a Uruguaiana, barzinhos cheios de gente de todas as cores que bem podiam ser cariocas mas falam hebraico... Alguém me belisca!

Tomei um choque porque a área que ficamos não era a minha ideia de uma area próxima à praia, mas o apartamento era bem legal por dentro. Em frente à nossa casa, uma grande feira que parecia mais a Uruguaiana no Rio só que vendia frutas, comida... Tudo delicioso!
 Que senhorzinho simpático!
E que tentação mais doce!











A praia é bem bonita. O calçadão lembra o de Copacabana. Alugamos bicicletas na orla, e pedalamos até Jaffa (ao caminhar em direção ao sul pela orla chega-se a Jaffa, parte antiga de Tel Aviv e lindíssimo passeio). A praia quase não tem ondas e eu consegui realizar meu desejo de fazer stand up paddle lá. MUITO MANEIROOO!



Cara, Jaffa é lindo! Tinham várias noivas lá tirando fotos pro seu casamento. Super histórico, e o pôr-do-sol é algo bem especial! Ali é Jaffa, e essa torre é uma mesquita.

Encontramos a Naia, irmã do meu amigo Dor. Ela é uma simpatia e nos deu dicas do que fazer e tirou dúvidas sobre a cultura judaica. Com ela fomos a um pequeno restaurante/cafeteria onde eu tomei um shake de limonada com menta. Pense num negócio gostoso!

A comida é também uma delícia, eu amei especialmente as saladas que vem acompanhando o falafel, o shwarm, tudo. Eu não sou muito fã de salada mas não tem como não amar as saladas israelenses. Pausa para dizer que me senti no Brasil, ou no Rio. As pessoas interagem, escutamos buzinas, os homens olham e as pessoas são bem prestativas. Sem contar que estava quente o suficiente para eu usar minha mini saia em pleno inverno. Nada mal :)

Black Out restaurant- a experiência marcante. Sempre antes de viajar eu consulto o Trip Advisor, website onde viajantes dão nota e recomendam lugares. A atração número um era esse restaurante onde os garçons são cegos e você come na escuridão total. Chegando lá antes de entrar escolhemos um prato de entrada e um prato principal. Temos que guardar num guarda-volume relógio, celular, tudo que tenha alguma fonte de luz. Na entrada o garçom responsável pela nossa mesa nos guia. Fizemos trenzinho e demos passinho por passinho, devagar até chegar à nossa mesa. Não tenho ideia de quantas pessoas estavam lá dentro, só ouvia as vozes. Nos primeiros segundos tive vontade de chorar porque pensei: Então é assim o mundo deles. Ao andar devagarzinho, o sentimento de insegurança de quem não sabe o que vai encontrar pelo caminho e por isso anda devagar. Lembrei de todos os cegos que vi na rua, sempre andando devagarzinho. Sentamos. O garçom nos ensinou como nos servir sem derramar água. Nos disse onde estavam os pratos. Logo chegou a comida. Saborosíssima e por não vermos o paladar fica muito mais aguçado. Eu dei comida na boca do H-P, ele deu peixe no meu queixo, brincamos e nos divertimos, ao mesmo tempo em que refletíamos. Conversamos com o Avi, nosso inteligentíssimo garçom completamente cego que tinha 4 filhos, era professor universitário e corria maratona. Realmente foi uma experiência única e que eu recomendo.

Caminhamos também por Neve Tzedek, um bairro luxuoso e com várias lojas de design. Vale a pena pela atmosfera e pelas casas lindas, lá sim me senti no mediterrâneo.

Essas foram as principais coisas que fizemos em Tel Aviv, em seguida o H-P alugou um carro (contra a minha vontade mas que depois agradeci porque foi uma ótima ideia). Continuamos a viagem em direção ao Mar da Galiléia. No caminho paramos em Cesareia onde o rei Herodes (do tempo de Jesus, ver bíblia) tinha um dos seus palácios. Lá encontramos um grupo de japoneses cristãos que cantaram um louvor e uma família de pastores alemães que falavam português fluentemente. Emocionante!
Pegamos dicas com os alemães e continuamos a viagem. Contornamos o Mar da Galiléia e fomos até Capernaum, lugar onde Jesus fez milagres e ensinou. Como não se interessaram pelos seus ensinamentos ele amaldiçoou a cidade, que até os dias de hoje é um lugar sem nada, apenas ruínas.
Em seguida fomos ao rio Jordão, onde Jesus foi batizado por João Batista e onde hoje em dia há um grande comércio vendendo todo tipo de souvenir de Israel, inclusive mensagens escritas até mesmo em português. Lá eles alugam por 10 dólares uma toalha e bata para as pessoas se batizarem. Havia gente de todo o mundo, grupos de igrejas da África, Indonésia, América Latina, Leste Europeu... Muitos oravam, se alegravam e falavam em línguas naquelas águas. 

Continuamos e chegamos para dormir em Nazaré, a cidade com a maior população árabe de Israel. Lá já não sabia se cumprimentava com Shalom ou Merhaba. Haviam igrejas e mesquitas para todo lado. A cidade é famosa pela culinária e nós comemos em um restaurante com forno à lenha e eu tomei minha limonada com menta. Compramos alguns souvenirs lindos em uma loja em que o dono era árabe-dinamarquês e falou em dinamarquês e português com a gente. Na manhã seguinte fomos à Sinagoga onde Jesus leu o Torá e provocou raiva no povo quando disse que as escrituras se cumpriam naquele dia. Me emocionei ao estar ali dentro, mesmo vendo que a igreja católica estava controlando o lugar com algumas imagens e a bandeira do Vaticano no lado de fora. Ignorei e pensei somente que Jesus esteve ali, realmente foi um momento lindo para mim. É interessante frisar que antes daquelas sinagoga havia outra que foi destruída e essa foi construída por cima do lugar onde a outra estava. Assim é em Israel, um povo destrói, o outro constrói, um vende e o outro conquista e assim vai, porque são muitos anos de história e invasões de diferentes povos. Essa é uma das razões dos problemas que o país enfrenta ainda hoje.

Entramos em uma grande igreja católica e percebemos a força da igreja católica nessa cidade. Lá dentro vimos grupos de brasileiros católicos ouvindo histórias como: Aqui o anjo apareceu para Maria com a mensagem de que ela seria mãe de Jesus. Aqui, aconteceu tal coisa com Maria, mas também há outros lugares que dizem que a mesma coisa se passou lá. Alguns turistas se irritavam e queriam saber qual é a verdade. O guia dizia que estava apenas fazendo o trabalho dele e precisava passar essa informação. 
A amabilidade do povo me impressionou. Não falavam bem inglês mas em compensação quando entrávamos em um restaurante, olhávamos o cardápio e resolvíamos não ficar ali, ou em uma loja e resolvíamos não comprar nada, ainda assim a pessoa sorria para a gente e agradecia. Dava vontade de voltar. Não tem como não amar esse povo.

Proseguimos viagem até Jerusalém, a cidade que mais me impressionou. 800 metros acima do mar, lá já era mais frio e pedia bota, cachecol e calça jeans ou saia comprida. De preferência a segunda pois em alguns bairros religiosos se a mulher não tiver de saia comprida e lenço cobrindo a cabeça é considerado uma tremenda falta de respeito e pode receber reações como cuspes de judeus. Em Jerusalém foi como se eu pudesse voltar séculos atrás e ser uma outra pessoa. Ficamos em um apartamentos perto de uma feira bem organizada. Lá frutas secas, legumes e azeitonas eram vendidos em sacos. As paredes, as ruas, igualmente milenares. Sinto vontade de chorar ao escrever isso. É como se a vida fosse como deveria ser por lá. Parou no tempo. Ver as pessoas livremente exercendo sua religião sem se preocupar com modismos. As mulheres judias de perucas, os homens com grandes barbas, chapéus. Incrivelmente diferente. Na área residencial em que nos hospedamos pudemos ver o dia-a-dia dessas famílias, vivendo como seus ancestrais, inabaláveis apesar dos milhares de turistas os fotografando e olhando, quem sabe por vezes até rindo. Foi amor à primeira vista por essa cidade, e eu com certeza quero voltar. Fizemos um tour pela parte antiga da cidade e fomos ao Monte das Oliveiras. Tivemos sorte em ver um menino de 13 anos judeu sendo iniciado na vida adulta, a alegria do povo e as músicas com instrumentos de percussão me lembraram muito a cultura brasileira.











4 comentários:

  1. Marcela q post mais lindo. Dá para sentir toda sua emoção em visitar Israel. Olha eu não sei se eu iria nao, pois sou medrosa ao quadrado e tb ficaria pensando em guerras e tudo mais, mas até fiquei com vontade de conhecer depois desse seu relato apaixonante. Que praia linda. E sua limonada realmente parecia ser deliciosa (e enorme né ahhahahah)

    BJS

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Nos sentimos super seguros lá... Mas não fomos no lado palestino. Realmente Israel é um lugar único. Ainda não escrevi sobre o mar morto senão o post ficaria grande demais, vou escrever em outro post. A praia é bonita mesmo, quase não tem onda, dá pra se divertir tranquilamente... E eles gostam de uma festa nesse país, e comem bem... A gente se sente em casa apesar da língua rs. Bjs

      Excluir
  2. Marcela, eu já tinha lido o post, mas na hora não deu para comentar.
    Eu, que não conheço Israel, tive um choque quando uma amiga de trabalho,que é judia e que morou em Tel Aviv durante alguns meses, me contou como as coisas por lá funcionavam!!! A gente tem uma idéia muito estereotipada de Israel (eu acho), claro que tem algumas cidades bem religiosas e conservadoras, mas minha amiga disse que Tel Aviv tem de tudo, todo tipo de gente.
    Deu para sentir um pouco a sua emoção no seu relato. Deve ser mesmo uma experiência única visitar um lugar como esse! Bjs

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Em Tel Aviv vimos algumas mesquitas e sinagogas mas também muitos bares, não saí pra dançar mas sei que é conhecida pelas festas... E dá pra imaginar porque o povo é alegre, viu? Vimos judeus rezando do lado de fora da sinagoga dando pulinhos... Rsrs. É muito louco... Já quero voltar!

      Excluir

Comente aqui!