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domingo, 8 de abril de 2012

Vizinhos

Uma das coisas que me impressionava morando na Noruega, é que nunca ouvia barulho nenhum. Nem buzina, nem sons vindos da casa dos vizinhos, nem música alta, nem gritos, nem choro de neném. Nada. As vezes brincava com o H.P., enquanto subíamos as escadas do prédio dizendo que os vizinhos estavam mortos. Além de nunca ouvir, eu quase nunca via alguém. Até que um dia quando chegamos em casa o H.P. reconheceu um policial na porta do prédio, conversando com um outro cara. Fofocamos pela janela e minutos depois chegou um carro de funerária. Na hora até me arrependi da brincadeira que costumava fazer. Alguém tinha de fato morrido. Até hoje não sei quem foi pois se não o/a vi em vida, muito menos em morte. Mas uma coisa nós vimos: tinha uma marca na porta do primeiro andar, parecia que alguém tinha socado muito ali, até chegou a quebrar parte da madeira fazendo uma marca redonda. E então o H.P., cheio de peso na consciência me disse: Quando eu vim em casa mais cedo, tinha um cara esperando pra entrar e ele entrou atrás de mim. Ele vestia uma camisa do Hell´s Angels e na camisa dizia: "Deus está muito ocupado, fale comigo". Putz! Será que era um cara contratado para vingar alguém ou cobrar algum dívida que deveria ser paga com a vida? Ou será que era o filho de uma velhinha que morreu no apartamento sozinha e o motoqueiro ficou nervoso por ela não abrir a porta? Foram momentos de muitas especulações e ansiedade, na qual o H.P. esperava nao ter que prestar nenhum depoimento, pois segundo ele, se tivesse sido um assassinato a polícia teria tocado nos apartamentos para tentar descobrir se algum vizinho tinha visto alguma coisa.
 Nunca descobrimos o que aconteceu, e esse é o lado ruim de nao ver/ouvir os vizinhos nunca. Nao ficamos sabendo das fofocas.

O tempo passou e vivemos felizes para sempre com os vizinhos até que um casal africano se mudou para o apartamento do outro bloco que, por um acaso é o que divide alguma parede com o nosso. Conclusão da história: Não sei se eles estão discutindo ou conversando, mas freqüentemente escutamos eles falando alto na língua deles. Coloca junto a isto o fato dele ser daqueles negoes de voz grave e ela de ter um tom de voz histérico quando tenta acompanhá-lo no tom. E pronto, está uma resposta do porquê os noruegueses não querem ter estrangeiros por perto. Uma delas....