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domingo, 6 de janeiro de 2008

Historia de amor em Paramaribo



Aqui estou eu novamente, em Paramaribo, a quase desconhecida capital do Suriname. Dessa vez de passagem, era para eu dormir aqui apenas uma noite mas devido à uma greve no aeroporto meu vôo está atrasado e vou voar pra Belém só amanhã...

Estou hospedada no melhor hotel da cidade, aliás, no quase melhor, estou no Eco Resort que pertence ao Torarika, que é mais luxuoso e 2x mais caro. O bom é que posso usar a piscina, jaccuzi, academia de ginástica e tudo o mais do Torarika incluido na minha hospedagem do Eco Resort. ( para que estou escrevendo isso tudo? Ninguém que eu conheço vai visitar o Suriname mesmo... rs)

Pois então, passeando sozinha num deck com vista pro mar dentro do Torarika eu vejo um casal sentado conversando, pensei bem se ia até la ou não, pois não queria atrapalhar o romance, mas fico feliz que eu decidi ir. Esse casal é sem dúvida alguma especial. O rapaz é negro, natural do Suriname e a moça é loira, holandesa. Eles seriam um casal normal apaixonado se não fosse por um detalhe: ele é surdo. Eles olharam para mim simpaticamente e eu tentei gesticular o pouco de LIBRAS ( língua brasileira de sinais) que eu ainda lembro. Surpresos que eu faço os sinais especiais para surdos, a gente começa uma conversa. Eles me contaram que vão se casar em breve e ela vem morar aqui no Suriname com ele. Fiquei impressionada ao pensar sobre como pessoas que pertencem a mundos completamente diferentes conseguem superar todas as diferenças e se amar! Nossa, isso realmente é muito bonito, como eu queria ser assim, como essa moça, quem sabe o que ela já viveu mas ela abriu mão de sua terra natal e sabe lá quantas coisas para ficar com esse rapaz. E a paciência de traduzir toda a conversa para ele? Porque não me lembro mais muito bem dos sinais que aprendi anos atrás e além disso, os sinais mudam de lugar para lugar, então não é tão simples como poderia ser para os surdos.Ele me perguntou sobre o Brasil e eu descobri que eles se conheceram num grupo de Testemunho de Geová que se comunicam através de sinais para surdos aqui no Suriname e se apaixonaram e trocaram e-mails como qualquer outro casal... Eles me convidaram para ir à essa reunião mas infelizmente já estou partindo amanhã. Lição de vida.

Mudando de assunto, eu estava observando que quando viajando, é totalmente diferente a sua percepção do lugar dependendo do local onde a pessoa se hospeda. Na primeira vez que eu vim para cá, fiquei inicialmente em um hotel de quinta categoria e tive experiências como conversar com garimpeiros, ser atendida por um recepcionista chapado, levar cantada dos funcionários do hotel e ir dormir sozinha no quarto morrendo de medo. Também pela localização do hotel não ser na rua mais nobre, vi casas pobres e mais nativos do que no hotel onde estou agora. Em razão do hotel ser 5 estrelas eu encontro mais holandeses e pessoas que vem para cá para visitar parentes, ou como um simpático senhor holandês que é professor de história na faculdade da Holanda,veio para pesquisar sobre o Suriname. As duas experiências foram válidas mas com certeza eu pude ver a realidade do Suriname melhor no hotel mais simples!

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Paramaribo

Olá amigos e família,

  Cheguei ontem à noite nessa cidade muito estranha que é a capital do Suriname.
Os nativos daqui são negros que falam holandês, por aí você já imagina que mistura danada que é esse lugar!
  Há muitos imigrantes também. Vieram da Indonésia, China, Índia e brasileiros! Os nossos conterrâneos trabalham como garimpeiros e prostitutas, pricipalmente.
  Os nativos não são muito simpáticos, eles não sorriem facilmente como nós... E os homens são 'estilo animal' nas ruas. Todos eles passam por mim sorrindo, olhando e dizendo coisas, as quais eu não entendo palavra. Confesso que fico um pouco assustada com isso. Na primeira vez que saí do hotel e fui dar uma caminhada para ver a cidade sozinha um cara de chinês passou por mim e disse: vagabunda. Sim! Em português. Eu demorei um tempo para acreditar que ele me chamou de vagabunda, e na minha própria língua. Vai ver é por que as nossas irmãs brasileiras vem pra cá pra trabalhar nos clubs. Mais uma vez eu sou vítima de preconceito por ser brasileira... Obrigada irmãs! Sinto vergonha... E medo! Em outro momento um cara novo, com cara de indonésio parou o carro e me ordenou: Entra! ( Get in). Eu respondi: I don´t need you to anything ( eu não preciso de você para nada) e o mouro ficou me olhando de boca aberta.

  Pessoas do hotel com quem eu conversei em inglês me elogiaram muito, dizendo que sou inteligente e que fazia muito tempo que não ouviam alguém do Brasil falando inglês por aqui. Vergonha, vergonha... Aqui até mesmo as pessoas pobres falam inglês, por que os canais de TV são todos em inglês. Bom pra eles... Também falam taki-taki, um dialeto que mistura inglês, português, holandês e africâner. Eu morri de rir quando um garimpeiro com quem eu dividi o taxi disse: "chinelo! chinelo!" para o taxista. Isso significa para aumentar a velocidade!! rsrsrs
Essa foto eu tirei passeando pela cidade, não sei se é simplesmente uma casa ou algo mais... A maioria das casas são feitas de madeira, dando esse aspecto único à cidade.A outra acho que era uma prisão antigamente...
Uma palavra de taki-taki frequentemente ouvida é BOI! E isso significa que a pessoa está reclamando... Muito engraçado! Se por um acaso você pedir para a atendente de lanchonete pegar a mustarda para você botar no hot dog, pode ter certeza que ela vai reclamar dizendo: boi....

  A comida aqui é muito diferente também. Ainda não provei a comida nativa, mas ouvi dizer que eles cozinham com açúcar ao invés de sal. Mas o mais doido mesmo é andar pelas ruas e ver casas com arquiteturas chinesas ao lado de casas pobres de madeira, mansões americanas e arquitetura da Indonésia! Isso dá uma impressão de que não estou na América do Sul, é realmente diferente!

Um beijo e escrevo mais depois...

Marcela