quarta-feira, 1 de abril de 2020

Aniversário em Praga

No meu aniversário de 25 anos ganhei um presente dos sonhos. Uma viagem. Para qualquer lugar eu já estaria feliz, ainda mais para o lugar que eu escolhi. Ouvi muitos elogios à Praha, disseram que era uma cidade linda, romântica, que era isso e aquilo...
Então numa terça-feira de manhã cedo partimos rumo ao país desconhecido. Ao chegar, no aeroporto de uma cidade extremamente turística, trocamos coroas norueguesas por coroas tchecas.
Na saída do aeroporto, nenhum taxista desesperado nos disputava a tapas. Encontramos apenas um ponto de ônibus, outro de van, outro de taxi. Resolvemos pegar o ônibus expresso. Chegou um, e saímos correndo atrás dele, entramos esbaforidos para descobrir que não era o que devíamos pegar. Comunicação em inglês era bem difícil, e claro, não sabíamos uma palavra de tcheco. Descemos no próximo ponto e voltamos andando, eu tentando fazer piada para um marido que não acha a menor graça em quando as coisas dão errado.
A cidade histórica só fez realçar a minha ignorância. Me sentia estúpida andando por aquelas ruas sem ter ideia do que já aconteceu por ali. Na famosa ponte cheia de esculturas de santos, turistas disputavam espaço para tirar fotos que depois ninguém iria ter paciência de ver.
Ficamos na cidade antiga, uma ótima localização, bem no centro histórico- pensamos. O mesmo pensou os donos de milhares de lojas de souvenirs, jóias e muitos outros produtos made in China. A poluição visual me incomodava e descaracterizava o lugar. Era brilho para todo o lado nas vitrines. Em Praga se encontra a segunda rua mais cara do mundo, como a Champs Elise da República Tcheca. Eram grifes para todo o lado com preços absurdos. Somente para quem caga moedinha de ouro. Fiquei me perguntando, quem compra um relógio de 1 milhão de coroas das lojas em que entramos e fomos medidos de cima a baixo pelas vendedoras. Gente da pior espécie. ( quem compra, não as vendedoras, que também não são meu tipo de gente preferido- puxa-saco de políticos ladrões, mafiosos and so on).
(Retomo a postagem, 5 anos depois, tentando descrever o que nao me falha a memoria...)
Os tchecos que nos atendiam pareciam em depressao profunda. Rostos amarelados, uma cara de infelicidade absoluta, desde a recepcionista do nosso hotel à vendedora de lojas de cds e vinis.
Decidi contratar um guia, para passarmos o dia do meu aniversário aprendendo sobre a história da cidade e conhecendo os lugares mais bonitos. Na informacao turistica nos indicaram um guia americano. Chegou essa figura mal cuidada de 42 anos mas que parecia ter 50. O cara falava um pouco da cidade e muito da sua dor de cotovelo por conta de uma garota tcheca. Em determinado momento eu resolvi perguntar a idade dela. 23. Foi revoltante para mim. Quase nao me lembro da explicacao histórica por que, a raiva que eu senti em ter que passar o dia do meu aniversário com esse bosta, é inesquecível. Meu ex-marido é o típico norueguês que nao gosta de conflitos. Vai fingir que está tudo ótimo até o fim mas nao vai reclamar. Eu avisava: se ele continuar falando da vida pessoal eu vou dar um corte e meu ex: nao, pelo amor de Deus...
O babaca do guia conseguiu arruinar até o nosso dia seguinte. Nos recomendou largamente um jardim que era imperdível e tinha até pavao branco, onde as noivas tiram fotos pro casamento. Infelizmente hoje nao teríamos tempo de ir. Voltamos sozinhos no dia seguinte e o local estava fechado durante o inverno, assim que até no dia seguinte o guia conseguiu nos proporcionar maus momentos. Com certeza foi o pior guia que eu tive até hoje.
Agora pensando nas boas memórias que eu tenho da cidade, fomos em 2 restaurantes "fine dining" inesqueciveis. Um tinha a vista de um castelo, a comida estava tao maravilhosa que eu me lembro até hoje do ravioli com nozes desmanchando na minha boca.
Entao esse é o resumo da minha primeira vez em Praga, e entre essa postagem e hoje, já voltei outras 2 vezes depois, à trabalho e levando grupos de indianos comigo.
Foto do jantar do meu aniversário em 2012

terça-feira, 19 de março de 2019

País de número 33: Tailândia


Primeiro dia em Krabi

Saí em Bangkok com minha nova amiga de infância, um docinho de côco da Filipina que eu conheci e ficou de guia e fazendo de tudo pra me agradar, até reservou meu bilhete de avião e fomos juntas na 7-Eleven pra eu pagar, num sistema que eu nunca tinha visto antes, pagar bilhete de avião na loja de conveniência. À noite incentivei que ela trouxesse o seu amigo canadense e fui meio que de vela. Acabou que a noite foi divertidíssima, o rapaz ficou de escolher um bom bar no meu bairro e acabou nos levando nesses mercados de rua que parece ser uma das atrações populares da cidade! O papo foi divertidíssimo, emocional, daquelas noites que você perde o sono e não vê o tempo passar apesar da cerveja ser servida com gelo no copo. Tentei enrolar pra não dormir pois teria que acordar às 3:15 da manhã pra partir pro aeroporto, mas acabei dormindo por meia hora. Acordei mal humorada com meu namorado me ligando da Noruega pra me ajudar a não perder o vôo. Deu certo. Cheguei em Krabi, sul da Tailândia depois de 1:30h de vôo com a Airasia. Descobri um ônibus que levava ao hotel, ou melhor, a espelunca mais barata da cidade que eu reservei. Chegando lá a recepcionista estava tomando banho e saiu enrolada na toalha pra me atender. Brother, nem quando eu tinha 18 anos e trabalhei em albergue eu faria uma parada dessas, mas respeito a cultura e por mim ela pode ficar à vontade contanto que me dê meu quarto com ar condicionado por 2 noites à 500baht que eu reservei no hotel.com já que ela tava querendo me vender 400baht uma noite e não colou. Não venha ensinar malandragem pra uma carioca que não vai colar. Dei um rolé apesar do cansaço absurdo e terminei arrumando um tour de barco pra uma ilha chamada Railay. Fiz amizade com 3 da Malásia e um tava com o dente tão podre que eu penso como pode alguém decidir viajar ao invés de cuidar disso com o dinheiro. Fiz amizade com uma francesa também sozinha e ficamos explorando a ilha juntas. Boa companhia, falava pouco e somente francês, o que eu adorei pra desenferrujar as 6-7 frases que eu sempre repito igual papagaio e que impressiona os outros. Porra, que lugar lindo mermão. Caverna com estalactites com macacos com a boca meio branca estilo vitiligo, floresta, praia com água verde esmeralda e paredões rochosos com gente escalando. Dá pra Imaginar essa combinação toda? Ainda faltou um elemento: o templo feito pelos pescadores em homenagem a uma princesa, nele há diversas pirocas de todas as cores e tamanhos pra deusa da fertilidade. Tô gostando e não é pouco. Tinham uns cariocas por perto comparando com Praia do Forno em Arraial do Cabo e Lopes Mendes em Ilha Grande mas não tava a fim de dar “oi”, até por que que comparação nada a ver, pô! Viajaram. Bebi água de côco e isso sim pra mim é luxo, mas admito que o gosto é diferente da do Brasil, eu prefiro a nossa. Já o suco de melancia estava um mel!!! Esse bateu o nosso. Eles fazem uns drinks aqui com yakult, ainda não provei mas tá na lista. Voltamos de barco, não tá caro 300 baht pelo transporte ida e volta. Depois a van supostamente era pra ter me deixado na minha espelunca e claro, o cara não conhecia kkkkk. Acabou me deixando no meio do nada onde eu achei que soubesse que estava. Tá tranquilo, entrei no 7 eleven e comprei logo minha janta (fotos abaixo): hambúrguer feito de arroz com porco apimentado, de quebra lancei um feijão no leite de côco que foi uma verdadeira guerra interior pra decidir. A alma brasileira dizia: tem feijão preto, compra. A racionalidade dizia: com leite de côco, você vai encarar isso? Peguei e botei na prateleira 3 vezes. Me senti velha, pensei: caralho, cadê meu espírito de aventureira de provas as coisas? Você não é mais a mesma, tá na sua zona de conforto cidadã mais ou menos. No final falei pra mim mesma que sou brabona e vou comer essa parada sim e se tiver muito ruim vou misturar com esses amarelinhos aqui que eu não sei o que são mas acho que é fio de ovos. Por incrível que pareça, Portugal foi o primeiro país a estabelecer relações diplomáticas com a Tailândia lá pra 1510 por aí, e eles quem trouxeram a pimenta pra cá! E os fios de ovos ficaram até hoje como das sobremesas preferidas dos thai. Jantar na mão, acabei fazendo amizade com os rastafaris locais que me ajudaram a carregar o celular, tô aqui ouvindo reggae, me sentindo na sala da casa de um amigo, galera gente boa demais esses rastas, pena que eu não dou pra fumar maconha por que nunca aprendi a tragar nem cigarro. Participei de umas lives pra promover o bar e ele dizia sempre: temos uma brasileira hoje que entrou pra família, então é isso: tô aqui mais ou menos sem achar a minha pousada mas sendo muito bem tratada! One love!

segunda-feira, 18 de março de 2019

Outra despedida

Escrevi em 2016 e achei bonitinho. Deixo registrado aqui.

Não tem pão quentinho esquentando a minha cintura, onde eu o carrego.
Não tem pão com alho e nem o padeiro que me oferece pra provar um.
Não tem essas espécies variadas de árvores, as folhas da dama-da-noite e do flamboyant que decoram a minha porta de casa, todo dia.
 Não tem os porteiros de uniforme cinza varrendo as folhas verdes em frente aos seus prédios e me olhando nos olhos e sorrindo quando eu dou "bom-dia".
Não tem porteiros.
Não tem folhas verdes no chão em pleno verão.
 Não tem o som desses pássaros, nem homens olhando quando eu passo na rua.
Nem pessoas olhando.
 Não tem construções desalinhadas, uma de cada tamanho, uma do lado da outra.
 Não tem grades nos canteiros.
 Não tem grades.
Não tem cachorros latindo.
É isso.
Estou voltando à terra onde os cachorros não latem.
Subo a rua com minha meia-dúzia de quentinhos pães franceses e uma dezena de pão-de-alho olhando para tudo como se fosse a última vez.
 Respiro o ar, escuto os sons das folhas sendo varridas, me despeço mentalmente das pessoas. Começou mais um ritual de despedida.
Um dia vai pra valer.

sábado, 18 de agosto de 2018

Helsinki

Não foi amor à primeira vista. Lembro da minha primeira vez aqui, quando foi? 2013? Pensei: caramba! Estou na Finlândia! Que maneiro! Que exótico!
E trabalhando, estão me pagando pra trazer gente aqui, que maneiro!
E nessas fui fazendo os pontos turísticos com os guias locais e comecei a achar chato, bem chato. Igrejas, um parque e sempre as guias contando a história que os finlandeses lavam os tapetes na água do mar e deixam ao ar livre pra secar durante o verao.
Meus colegas guias de turismo sempre falando mal de Helsinki, que era chato, que não tinha nada pra fazer. E confesso que isso me contagiou somado com os verões com chuva e frio que eu experienciei. Mas que bom que eu me permito mudar de opinião! Agora, já estive aqui vezes o suficiente para descobrir alguns encantos de Helsinki.
A cerveja, kahlo com um símbolo de urso, desce muito bem!
As mulheres que se vestem à moda Helsinki, um estilo cheio de personalidade, elegante e moderno. Os homens, que embora com a timidez nórdica, não deixam de olhar, encarar e se sentirem que a mulher deu uma deixa, conversam e são simpáticos, à moda Helsinki- uma simpatia diferente da do brasileiro que ri arreganhando os dentes, como dizia Lima Duarte no filme: “Eu, tu, eles”.
A comida- ainda estou descobrindo! O chocolate “Fazer”, peixe- especialmente herring, carne de rena direto da Lapônia, as frutas vermelhas, muito mirtilo (ou blueberry). Já tenho minha cafeteria preferida- Paulig Kulma em Aleksanterinkatu 9, uma rua acima do parque Esplanadi- uma rua bem bonita pra um passeio com lojas e o restaurante Kappeli, que é tradicional na cidade- completou 150 anos recentemente.
Voltando ao Paulig Kulma, me encantei por vender tudo orgânico, saudável e pelas cadeiras de balanço penduradas no teto no seu segundo andar.
Caminhando da Esplanadi em direção à prefeitura de coloração azul, vá até a marina nos deparamos com um mercado na rua vendendo frutas, peixe frito. Mas não deixe de entrar no food court que fica no edifício .... Lá dentro meu restaurante preferido é o Story, e a opção de prato do dia é barata e deliciosa. Aqui também é uma boa opção pros muitos dias frios e chuvosos da cidade, pois é coberto.
Continuando pela marina, nos deparamos com a sauna, piscina de água salgada, restaurante e cafeteria. E logo a roda gigante em que uma das cabines é... uma sauna! A propósito, você sabia que essa é a única palavra finlandesa que ficou conhecida internacionalmente?
Uma pena pois os moomis que são a “turma da Mônica” da Finlândia são uma fofura e estampam as canecas da casa de todo finlandês e a cada dia mais também dos outros países nórdicos.
Outra marca finlandesa que invadiu o mundo é a Marimeko com seu florido que está nos aventais, vestidos, toalhas de mesa e até guardanapos dos países nórdicos. Já os sapatos da Minna Parikka com suas orelhinhas de coelho são outro produto tipo exportação da Finlândia. Para mostrar tanto talento nacional, Helsinki organizou um bairro do design.
A Finlândia, país exótico pra muitos brasileiros tem aparecido nas reportagens internacionais como o país com a melhor educação do mundo.
É, esse país de 5.5 milhões de habitantes tem muitas coisas a surpreender àqueles que se permitem fazer o caminho do norte!








domingo, 29 de julho de 2018

Russia Fabulosa

Ola, hoje escrevo de Moscou ou Moskova como eles falam aqui.
Acabou mais um trabalho, mais um grupo se foi e eu aqui, em um restaurante bem bonito, onde me sentei por horas, sem o menor constragimento. Comi o pilmeni que é tipo um ravioli, esse com recheio de 4 carnes da Sibéria. Troquei um "oi" com um cara de lá... E fiquei super feliz por isso... Pra mim é mesmo o exótico do exòtico, nunca tinha encontrado ninguem de lá antes.
Pra esse ano eu tinha sonhado fazer 2 destinos à trabalho: Norte da Noruega e Russia. Agora, os dois estäo completos. Fui 3x ao norte e agora já conheco bem! Alguns lugares como Cabo do Norte por exemplo, bem interessante ir uma vez, mas nao é um lugar que você precise voltar... Já o arquipélago de Lofoten é mesmo um dos lugares mais lindos e lá sim eu voltaria uma vez por ano. Lá comi um carpaccio de baleia que estava simplesmente maravilhoso! Me encantei com as paisagens de montanhas e água cristalina e visitei o campo de futebol mais bonito do mundo! Admito, a vista dele é bem melhor aérea, mas como eu ja visto várias fotos, fiquei bem feliz em estar ali! Henningsvær se chama essa ilha, Lofoten é feito de 4 ilhas principais, todas interconectadas por ponte, com a excecao de uma delas. Muitas vezes o nosso ônibus tinha que parar pois só havia passagem pra um carro por vez! Ali nao é pra motoristas inexperientes.
Mas voltando à Russia... Comecamos o tour em Helsinki, a cidade onde eu já tenho amigos, lugares preferidos, e que gosto a cada dia mais... Pegamos o trem bala chamado Allegro, e em 3.5h estávamos em Sao Peterburgo. O trem é confortvel, tem cafeteria, primeiro passa o controle imigratório finlandês checando os passportes e vistos- brasileiros nao precisam de visto pra Russia- e entregam um formulário com 2 vias idênticas- as duas a serem preenchidas de maneira igual, pois uma ficará com o agente imigratório russo que entra depois no trem e a outra, carimbada por ele, ficará com você e é muito importante nao perdê-la, ela será entregue na saída da Russia.
Säo Peterburgo é linda! Que cidade linda, majéstica!!! Visitamos o Hermitage, que fica no Palácio de Inverno, e é um dos mais importantes museus do mundo, do patamar do Louvre. Infelizmente nao tinha ar-condicionado e pegamos bastante calor, super cheio de turistas (normal, ne) mas as salas nao eram numeradas o que causa um estresse no caso de alguem do grupo se perder. O meu grupo tinha simplesmente 45 pessoas e somente eu como guia, entre portugueses e brasileiros, um mais mal educado que o outro. Curti como podia os momentos com os guias locais, a história da Russia é complexa e só aprendi mesmo uma pincelada, junto com os documentários que comecei a assistir pra me preparar para a vinda.
 Visitamos também o palácio de Peterhoff, residência de verao dos imperadores como Pedro, o Grande e seu jardim.
Fizemos um passeio de barco pelos canais, e city tour na cidade. Visitamos as principais igrejas, realmente a cidade é linda!!! Majéstica. Fiquei no hotel Sokos Palace Bridge e lá tem um dos melhores spas da cidade. Eu sempre levo bikini, mas dessa vez tinha me esquecido de botar na mala! Nas poucas horas livre que tive, consegui comprar um bikini brasileiro e claro, aproveitei aquele spa maravilhoso com vários tipos de sauna que se intercalavam com uma caverna com -15 de temperatura, piscinas e jaccuzzi frequentadas pela alta sociedade de Sao Petersburgo. Troquei ideia com um ou dois russos e me dei por satisfeita por ter um momento só meu no meio de tanta gente e tanto trabalho.
De lá pegamos o trem novamente e depois de 4 horas chegamos à Moscou. Nesse aspecto a Rússia dá de 10 a 0 no Brasil, sendo o maior país do mundo mas com uma linha ferroviária dessas! Excelente.
Na estacao de trem de Sao Peterburgo, um detalhe me chamou a atencao: 2 vezes tivemos que passar por controle de seguranca de malas- como no aeroporto. Eles nao se importam se voce tem liquidos, mas pelo visto têm medo de terrorismo.
Moscou nao fica por baixo. A praca vermelha, o centro comercial GUM (o mais lindo que ja fui na vida, nunca mais vou querer ir a um shopping depois disso), as igrejas, a arquitetura estonteante... Tanta história, tanta gente, tantas culturas... Eu simplesmente adorei esse país. Dizem que a Rússia ou se ama ou se odeia e eu já escolhi o lado em que vou ficar.
Achei os russos simpáticos sim, porém nao dominam o ingles. Mais ou menos como no Brasil, sendo que eles nao tentam se comunicar de toda forma. Mas de qualquer maneira consegui pedir informacao na rua algumas vezes e até no metro um russo que só respondia (da, da,da ou seja sim, sim, sim) conseguiu me orientar por onde ir pra chegar na linha azul. As estacoes de metro sao mesmo "isso tudo", la tivemos um tour e aprendi por exemplo que na estacao em homenagem à Bielo-Russia tem camponeses e cevada ilustrados por que a Russia compra de lá todos os laticínios.
Nessa viagem tomei também uma decisao: o trabalho dos sonhos, viajando, conhecendo o mundo e pessoas, cansou. Ja sao 6 anos fazendo isso, ja viajei muito, ja conheci muitos lugares, e agora sinto a necessidade de um emprego estável, cuidar mais da minha saúde, estou pagando um preco por esse trabalho, sem contar que estou bastante desprotegida como autônoma. Ganhei dinheiro, especialmente esse ano, a empresa americana paga muito bem e as gorjetas... wow, inacreditável. Cheguei a ganhar mais de 10 mil reais de gorjeta. Essa viagem, porém, com portugueses e brasileiros me deixou muito pra baixo- nao tive muita paciência com a falta de educacao deles, sempre falando junto quando dou instrucoes, falando alto entre si enquanto o guia local explica a historia dos lugares, a obsessao com fotos, a atitude de me tratar como se eu fosse a empregadinha deles. Péssimo... Detestei trabalhar com portugueses e essa foi a segunda vez e com certeza, a ultima.
De tudo, nesse tour, o que mais me chocou foi um senhor cadeirante. Ele no inicio, extremamente educado e culto, com seus 73 anos e esposa (linda) de 31, que cuidava dele com bastante dedicacão. Eu tentei fazer de tudo para incluí-lo em tudo, mas a Russia nao é bem um país conhecido pelos direitos humanos ou acessibilidade, assim como o Brasil. Muitos lugares não tinham elevador e ele comecou a ficar bem frustado. Primeiro deu um barraco na frente do grupo e eu disse que ele estava certo e ele depois de alguns minutos se acalmou. Então falou muito mal do guia local Sergey. Em outra ocasião deu um barraco por não estar sentando no primeiro assento do onibus, apesar de que ele estava sentado no primeiro assento acima da porta dos fundos do ônibus. De qualquer maneira eu pedi desculpas na frente de todo o ônibus no microfone por não ter me atentado à esse detalhe, e disse que aprendemos todos os dias. Ele poderia ter perfeitamente ter me dado um toque no início do tour, mas enfim.... E então a gota dagua foi o ultimo barraco, onde ele tentou colocar o grupo contra mim, me chamou de "mal-amada". Foi aí que cheguei à conclusão de que toda aquela educacão eram na verdade uma máscara para esconder a pessoa horrorosa e manipuladora por trás.
O grupo já foi embora, nunca mais verei tal pessoa, mas uma coisa fica: o gosto amargo de ver garotas jovens, bonitas, com plena capacidade intelectual como essa moca, se sujeitar aos mandos e desmandos de um velho horroroso com a cara esticada de plásticas e cabelo pintado de preto para garantir uma vida confortável e viagens. Me dá uma tristeza pelo meu país nessas horas, pelas mulheres que nao têm nenhuma auto-estima e pensam que estão se dando bem em pegar um desses, se anulando de ter uma vida normal com um cara da sua idade, trabalhar e se desenvolver profissionalmente. Que ilusão achar que essa vida é fácil e que são espertas! Pois eu achei péssimo ter esse sujeito no meu grupo por 9 dias, imagino como seria ter ele por 12 anos como ela teve. Ouvi dizer que casaram quando ela tinha 18 anos. QUE NOJO desse pedófilo!!! Que nojo dos pais que criam as garotas desse jeito, um velho desse nao teria nenhuma chance de pegar garotinha na Noruega, país onde as mulheres sabem o seu potencial!




sexta-feira, 11 de maio de 2018

Estudos, trabalhos, aventuras na Noruega

Oi gente! Quem ainda está aqui comigo? Deixe um comentário, gosto de interagir com vocês!
Setembro de 2017 eu decidi finalmente comecar o curso de guia em Oslo, depois de trabalhar várias vezes como guia local, quis aprofundar meu conhecimento e me tornar uma guia certificada na cidade! Não tem sido fácil, pra minha surpresa, um grande desafio! A maioria dos alunos são noruegueses e aposentados, muitos jornalistas, escritores, professores. Eu e alguns corajosos estrangeiros resolvemos nos lancar nessa indústria dominada por senhoras com mais de 60 anos e maridos ricos. Sim, pra elas, guiar é um hobby, uma ocupacão extra pra passar o tempo. Confesso que passei os primeiros meses irritada com isso. Até mesmo minha professora tem mais de 80 anos. Eu sou a mais nova da turma. No entanto, pouco a pouco fomos nos conhecendo e muitas vezes, essas senhoras me ajudavam repetindo o que o palestrante convidado tinha dito, me explicando alguma coisa que eu não tinha entendido e no final do curso já estávamos até brincando e tomando uma cerveja juntas.
O meu maior desafio foi o idioma: todas as aulas foram em norueguês e embora eu fale o idioma, muitas vezes o vocabulário era bem específico por exemplo sobre Idade Média, construcão de barco viking, arquitetura. Quando perguntava a traducão daquela palavra pro inglês, às vezes alguém sabia e às vezes, não. Assim fui levando, mas o fato de não conseguir absorver 100% das aulas me frustrava por que eu tenho um certo perfeccionismo. Muitas vezes voltava pra casa bem chateada, com a sensacão de que não tinha aprendido nada naquele dia. Depois de 45min de aula, meu cérebro simplesmente desligava. Passava uns minutos e eu voltava pro mundo real. No entanto, depois de muitas aulas os assuntos comecaram a se repetir e nesse momento eu percebia que eu tinha aprendido algo pois eu reconhecia alguns termos, alguns assuntos que já tínhamos visto antes. Posso dizer que agora tenho um bom entedimento sobre os reis noruegueses, Idade Média na Noruega, construcões mais importantes de Oslo, me aprofundei em alguns museus.
Outro desafio foi passar praticamente o inverno todo em Oslo. A maioria das vezes eu dava um jeito de escapar por uns meses, dessa vez, por conta do curso eu só consegui ficar no Brasil em dezembro. Foi duro e na escuridão e frio ter que achar a motivaãao de ir pras aulas. Consegui. Não faltei nenhuma aula. Fiz minha parte. Agora o último desafio é conseguir meu certificado. Isso por quê eles colocaram as provas no meio da temporada de trabalho pra quem já trabalha com turismo, e eu não estarei em Oslo pra fazer todas as provas. Talvez achem uma solucão pra que eu consiga fazer as provas em outra data, estou na espera...
E o motivo de eu não estar em Oslo é por que eu comecei com uma nova empresa. Uma empresa americana que leva turistas pelos países nórdicos e navegando pela costa norueguesa no famoso navio norueguês Hurtigruten. E é de dentro do navio que estou escrevendo agora. Nessa viagem, vou realizar o sonho de conhecer as Ilhas Lofoten e o Cabo do Norte. Vou dormir na Lapônia finlandesa e conhecer o "topo do mundo". 

Instagram: @iguidenorth

sábado, 17 de fevereiro de 2018

País número 32: Turquia

Então chegou o dia de realizar esse sonho de conhecer a Turquia. Não me lembro quando foi a primeira vez que li sobre esse país fascinante, mas lembro de acompanhar o caderno: viagens do jornal “O Globo” o qual meu avô tinha assinatura. Viajava com as fotos e lia atentamente as reportagens. Tinha 16 anos e sonhava em conhecer esses lugares. Cheguei a guardar, por anos, varios desses cadernos. Eu só não imaginava as reviravoltas que a vida daria para eu chegar onde estou hoje: capaz de ter conhecido, no atual momento, 32 países com 30 anos de idade. Estou mais calma: depois de 7 anos morando na Noruega, já viajei tanto que não tenho aquele desespero que me consumia antes. Mas a paixão por viajar continua me movendo a pegar aviões com destinos diversos. Talvez isso nunca vá mudar. Mas bem, vamos ao assunto: a Turquia!

Brasileiros nao precisam de visto, entao entrei com meu passaporte brasileiro. Os noruegueses precisam e parece que fazendo o visto com antecedencia online fica mais barato.

Minha primeira impressão ao sair do aeroporto Ataturk foi perceber o tamanho dessa cidade. Não é brincadeira: passamos por shoppings e prédios durante todo o caminho saindo do aeroporto. Não vi um campo ou espaço vazio, como costuma ser o caminho pro aeroporto em outros lugares do mundo.

Nos hospedamos em Taksim,a parte moderna da cidade, com muitos restaurantes, bares, festas. Caminhando até a movimentada praça Taksim e de lá pegamos o bonde até a parte antiga onde ficam muitas mesquitas famosas como a mesquita azul, que visitamos (entrada gratuita). Logo na entrada, passei por um balcão onde uma garota mal humorada me deu uma saia amarela até o pé e um lenço azul ridículos para cobrir meus cabelos em respeito à religião. Pegamos também uma sacola plástica para guardar os sapatos: ninguém entra de sapatos ali. O cheiro de xulé lá dentro estava insuportavel, não sei com que frequência eles lavam aquele tapete. Mas a mesquita realmente é bonita por dentro e na verdade foi a primeira vez que entrei em uma na vida, então foi interessante ver a arquitetura, os costumes e os azulejos azuis que dão nome à mesquita. A praça é bem bonita e eu achei a cidade, em geral, limpa. Acabamos entra do no Café Grande ali perto, e comemos uma sobremesa e chá com preços para turista. Valeu pela vista do local, mas no dia seguinte entramos na ruazinha desse café e comemos super bem em um restaurante turco com preço ótimo que servia pide (pizza turca). Visitamos também a Haga Sophia, uma antiga igreja ortodoxa do ano 537 que depois se tornou mesquita e por último, durante o governo do amado presidente Ataturk se tornou em um museu. A fila estava imensa, chegamos tarde porque bebemos e dançamos  o dia anterior e não conseguimos acordar cedo. Por sorte resolvi aceitar a oferta de um guia que apareceu ali na hora oferecendo, o guia era fantástico, por 100 liras pulamos a fila e aprendemos bastante da história do lugar. Ele já tinha consigo as entradas que custavam 40 liras por pessoa, o que nos salvou bastante tempo de fila. Guia em inglês e francês: Yusuf Akkaya, e-mail: yusufguide@gmail.com

Caminhando pelas ruas, a gente percebe o quanto o padrão europeu de beleza impera: muitas mulheres pintam o cabelo de loiro e vimos pelo menos uns 3 narizes recém-operador por dia. 
Não sofri assédio como imaginei, mas estou sempre com meu namorado, não sei como seria se estivesse sozinha. A gente vê muito mais homens que mulheres na rua, inclusive muitas barbearias e eu tive que rodar bastante pra achar um salão para mim. Fiz as unhas no estilo do Brasil, tirei cutícula e tudo até com direito a bife. Resolvi aparar as pontas do cabelo e hidratar, já que aqui é muito mais barato que na Noruega. As pontas acabaram virando um chanel já que a cabeleireira não falava inglês, ou quem sabe ela escolheu por mim o corte que me cairia melhor. A hidratação não aconteceu, nem condicionador passaram na lavagem. Vai ver acharam que eu não estava precisando...

A comida é ótima, meu namorado come uns 3 doner kebabs por dia, eu tento provar coisas novas como o borek (massa folhada) de carne com açúcar por cima... E outras coisas reconheço como a folha de uva recheada e as saladas com iogurte. A cerveja local é boa. 

Subimos também a torre de Gálatas, a entrada era 25liras e o lugar não oferece muito além de uma ótima vista da cidade, o que pra gente estava ótimo! Não checamos o café nem o restaurante da torre, pois sabíamos que seria grande a chance dos preços serem pra turista. 

Fizemos o tour de barco pelo Estreito de Bósforo: o canal que separa o lado asiático do lado europeu. Usamos a empresa Turyol, e por 15 liras por pessoa passamos uma hora e meia passeandopelo canal. Valeu à pena! No lado asiático moram as pessoas mais ricas, de frente pro canal e dali utilizam seus iates para locomoverem-se , as ruas são na parte de trás das casas, enquanto que no lado europeu as ruas são na frente.

Depois de 3 dias em Istambul, partimos rumo ao proximo destino: Cappadocia. Depois de comentar com meus sogros e namorado, descobri que a Cappadocia nao eh muito conhecida na Noruega. Ja eu, que sempre sonhei em ir a esse lugar, tive que convencer o namorado. Comprei nossas passagens de aviao para la pois seria muito tempo de onibus. Em uma hora de voo chegamos ao aeroporto de Nevsehir onde um transfer gratuito organizado pelo nosso hotel nos buscou. Era um micro-onibus entao levou algumas pessoas mas o nosso hotel, o Cappadocia Cave Suites foi um dos primeiros a chegar. A emocao em ver de perto as "fairy chimneys" aquelas cavernas em formato de chamine da Cappadocia me emocionaram.O hotel de luxo valeu cada centavo: o quarto 301 era esculpido na caverna que tem mais de mil anos. O quarto era imenso, com jaccuzzi, varanda etc. parecia mais um apartamento. Cafe da manha excelente tambem. Ja no primeiro dia fizemos o sonhado passeio de balao. Eu que tenho medo de altura comecei a ficar nervosa e meu namorado debochado rindo de mim. O nervosismo foi mesmo antes de comecar o passeio por que dentro do balao eu fiquei tranquila. Ele vai devagar e a paisagem e tao linda que por vezes esquecia onde estava. Todo dia (quando as condicoes climaticas permitem) saem 100 baloes. Cada um tem capacidade para umas 25 pessoas e estavamos cercados por chineses ja que eh o feriado de ano novo chines nessa data. O balao chegou a 700m de altitude. Foi lindo, emocionante e valeu muito a pena os 80 euros que paguei (por pessoa e depois de pechinchar). O passeio comeca bem cedo, nos buscaram as 6:30 da manha no hotel. La de cima vimos o nascer-do-sol. Inesquecivel.
Infelizmente depois do passeio os ventos mudaram. Comecei a ter uma desinteria terrivel que me durou quase 15 dias. A agua na Turquia nao eh potavel, nao sei se comi algo contaminado ou se foi a propria agua na hora de escovar os dentes... Realmente nao sei o que houve mas foi traumatico para mim. So tinha vontade de ficar no hotel, mas me esforcei para fazer algo com ele todos os dias, mesmo me sentindo muito fraca. Voltamos pra Istambul mas nossa vontade ja era voltar pra casa. Ainda tinhamos um dia e meio antes do voo pra Oslo. Fomos ao famoso Bazar (mercado) mas so olhamos. Nem eu nem ele somos dados à compras. No caminho de volta porem, vi uma loja de casacos lindissimos. Nao resisti e gastei uma grana com um casaco de couro e pele de ovelha feito la. E a profecia da minha amiga Carmen se concretizou: duvido voce voltar sem comprar nada de la. Eles sao otimos comerciantes.O casaco custava 700 euros na promocao. Eu disse que nunca pagaria tanto em um casaco, que nao era minha realidade. Depois de um tempo ele me ofereceu por 550euros e quando viu que nao ia rolar, me deu o preco final: 395 euros. Levei. Meu namorado emburrado dizendo que nunca pagaria tao caro em um casaco. Problema seu queridinho, o dinheiro eh meu. kkkkkk. To mesmo apaixonada pelo casaco, me deixem.

De volta à Istambul nos arrastando pela cidade que agora, soh tem mesquistas- pensavamos. Sao mais de 3 mil e ja estavamos de saco cheio de ver mesquita em toda parte. Me senti na Idade Media. O ponto alto da nossa ultima noite foi voltar ao melhor restaurante que fomos na viagem: Constantine's Ark. Alem da comida ser maravilhosa, tomamos um vinho da Mesopotamia (!!!) que eu achei o maximo, tanto o vinho como consumir algo da Mesopotamia (!!!) lembrei das minhas aulas de geografia na quarta serie. O dono do restaurante nos serviu, e eu nunca fui tao bem tratada em um restaurante antes. Ele realmente tem o dom de servir. Educadissimo, atencioso e explicava cada prato, cada vinho... Um luxo. O restaurante tocava musica ambiente e para a minha surpresa: musica brasileira! AMEI. Nas mesas com velas e uma rosa vermelha que no final era presenteada como um souvenir do restaurante. Para nossa surpresa, John, o dono do restaurante ofereceu nos levar ao hotel. Nao eh todo dia que o dono do restaurante nos da carona. Nota 10! Por conta disso, resolvi me despedir de Istambul com o que a cidade tem de melhor: a comida e bom servico. Me arrumei bem lindona e mesmo tendo que usar o banheiro do restaurante por 3 vezes, nao perdi a pose e nem desci do salto!
Afinal de contas, nem tudo sai como planejamos, dei razao ao meu namorado por nao querer ir à um paihs muculmano e decidi que ele decidira o proximo destino!