No meu aniversário de 25 anos ganhei um presente dos sonhos. Uma viagem. Para qualquer lugar eu já estaria feliz, ainda mais para o lugar que eu escolhi. Ouvi muitos elogios à Praha, disseram que era uma cidade linda, romântica, que era isso e aquilo...
Então numa terça-feira de manhã cedo partimos rumo ao país desconhecido. Ao chegar, no aeroporto de uma cidade extremamente turística, trocamos coroas norueguesas por coroas tchecas.
Na saída do aeroporto, nenhum taxista desesperado nos disputava a tapas. Encontramos apenas um ponto de ônibus, outro de van, outro de taxi. Resolvemos pegar o ônibus expresso. Chegou um, e saímos correndo atrás dele, entramos esbaforidos para descobrir que não era o que devíamos pegar. Comunicação em inglês era bem difícil, e claro, não sabíamos uma palavra de tcheco. Descemos no próximo ponto e voltamos andando, eu tentando fazer piada para um marido que não acha a menor graça em quando as coisas dão errado.
A cidade histórica só fez realçar a minha ignorância. Me sentia estúpida andando por aquelas ruas sem ter ideia do que já aconteceu por ali. Na famosa ponte cheia de esculturas de santos, turistas disputavam espaço para tirar fotos que depois ninguém iria ter paciência de ver.
Ficamos na cidade antiga, uma ótima localização, bem no centro histórico- pensamos. O mesmo pensou os donos de milhares de lojas de souvenirs, jóias e muitos outros produtos made in China. A poluição visual me incomodava e descaracterizava o lugar. Era brilho para todo o lado nas vitrines. Em Praga se encontra a segunda rua mais cara do mundo, como a Champs Elise da República Tcheca. Eram grifes para todo o lado com preços absurdos. Somente para quem caga moedinha de ouro. Fiquei me perguntando, quem compra um relógio de 1 milhão de coroas das lojas em que entramos e fomos medidos de cima a baixo pelas vendedoras. Gente da pior espécie. ( quem compra, não as vendedoras, que também não são meu tipo de gente preferido- puxa-saco de políticos ladrões, mafiosos and so on).
(Retomo a postagem, 5 anos depois, tentando descrever o que nao me falha a memoria...)
Os tchecos que nos atendiam pareciam em depressao profunda. Rostos amarelados, uma cara de infelicidade absoluta, desde a recepcionista do nosso hotel à vendedora de lojas de cds e vinis.
Decidi contratar um guia, para passarmos o dia do meu aniversário aprendendo sobre a história da cidade e conhecendo os lugares mais bonitos. Na informacao turistica nos indicaram um guia americano. Chegou essa figura mal cuidada de 42 anos mas que parecia ter 50. O cara falava um pouco da cidade e muito da sua dor de cotovelo por conta de uma garota tcheca. Em determinado momento eu resolvi perguntar a idade dela. 23. Foi revoltante para mim. Quase nao me lembro da explicacao histórica por que, a raiva que eu senti em ter que passar o dia do meu aniversário com esse bosta, é inesquecível. Meu ex-marido é o típico norueguês que nao gosta de conflitos. Vai fingir que está tudo ótimo até o fim mas nao vai reclamar. Eu avisava: se ele continuar falando da vida pessoal eu vou dar um corte e meu ex: nao, pelo amor de Deus...
O babaca do guia conseguiu arruinar até o nosso dia seguinte. Nos recomendou largamente um jardim que era imperdível e tinha até pavao branco, onde as noivas tiram fotos pro casamento. Infelizmente hoje nao teríamos tempo de ir. Voltamos sozinhos no dia seguinte e o local estava fechado durante o inverno, assim que até no dia seguinte o guia conseguiu nos proporcionar maus momentos. Com certeza foi o pior guia que eu tive até hoje.
Agora pensando nas boas memórias que eu tenho da cidade, fomos em 2 restaurantes "fine dining" inesqueciveis. Um tinha a vista de um castelo, a comida estava tao maravilhosa que eu me lembro até hoje do ravioli com nozes desmanchando na minha boca.
Entao esse é o resumo da minha primeira vez em Praga, e entre essa postagem e hoje, já voltei outras 2 vezes depois, à trabalho e levando grupos de indianos comigo.
Foto do jantar do meu aniversário em 2012
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