Colhendo os louros

Oi gente, andei sumida, eu sei... Mas muitas vezes pensei em vir aqui escrever sobre o que estava acontecendo na minha vida, queria compartilhar diferentes coisas mas sempre pensava que talvez fosse melhor me preservar, vai que...
Mas de hoje não podia passar! São 11:06 da noite neste exato momento e lá fora parece que são 6 da tarde. Estou tendo dificuldades para dormir e isso me atrapalha a acordar, obviamente! Eu levanto às 6:30 todo dia, pois pego no trabalho às 8h.

 Não comentei aqui mas eu comecei num novo emprego no final de janeiro. Estou trabalhando em escritório, por isso a rotina fixa de horário. Uma coisa que eu queria compartilhar com vocês que me lêem e são muitas vezes novatos ou interessados na Noruega, é essa minha vitória. Por muito tempo me senti insegura aqui. Era nova (na Noruega e em idade), não tinha muita experiência profissional e estava engatinhando na língua. Também não sabia direito como a banda toca por aqui e isso tudo me causava bastante insegurança. A novidade é que eu continuo sendo nova (25), 2.5 de Noruega, norueguês nível intermediário (tenho provas, a prova norskprøve 3) e continuo não tendo muita experiência profissional (5 meses nessa empresa). Mas.... A novidade é que eu me tornei uma mulher(ão) segura pra caramba. Nossa! Pode parecer convencimento ou falta de modéstia mas hoje pela segunda vez falando com amigos diferentes no telefone eu parei para me ouvir falando. Sabe quando você presta atenção na conversa de alguém? Então, foi assim. Só que entre eu e eu. Foi difícil me reconhecer. Primeiro, conversando com uma amiga que estudou norueguês comigo, uma ucraniana inteligentíssima que fala tantas línguas que eu nem me lembro quantas. Ela está começando num emprego novo e não está gostando, e daí eu comecei a dar conselho, ideias, opiniões e etc. Até aí nada de novo, quem me conhece sabe que eu sou assim mas pela maneira que eu falava e estimulava essa menina eu sentia que algo havia mudado em mim mas eu não tinha ainda percebido ou identificado o que era. Horas mais tarde me ligou um amigo que trabalhou comigo 2 anos atrás. Estávamos a um bom tempo sem nos falar, e agora ele está estudando norueguês (ele sempre trabalhou pra se sustentar aqui por isso não tinha se dedicado a estudar ainda). Na conversa por várias vezes eu pude perceber o quanto ele estava surpreso com essa nova Marcela que surgiu. Ele não sabia que eu tinha passado na prova de nivelamento de norueguês, não sabia o quanto eu estou trabalhando e a vida estável que eu construí. Ficou surpreso ao saber o motivo da minha ligação. Que eu, apesar dos 2 empregos que tenho no momento, estou querendo um terceiro: Quero aproveitar a energia que os dias inacabáveis do verão me dão para ganhar mais dinheiro durante esses meses com um trabalho extra nos finais de semana. Pois é, tenho planos e tenho pressa em realizá-los. Dinheiro não compra a felicidade, é verdade! Mas compra outras coisas, não compra não? Rsrs. (compra até essa tiara, em homenagem aos louros que mencionei no título)

E ali mais uma vez estava eu dando conselho e incentivo para esse menino que já me viu muitas vezes desanimada, desocupada e tristinha sem saber o quanto potencial eu tinha e o quanto a minha vida iria mudar pra melhor. Quando eu desliguei o telefone e comentei com o meu marido o quanto aquela mulher ao telefone soava diferente de quem eu sou (como eu me vejo) e ele comentava o quão incrível são as minhas conquistas nesse país eu entendi o adjetivo para descrever como eu me expressava enquanto falava: como uma mulher vitoriosa. Buáaaaaa.